Uma caneta a tocar o papel, hesitante e pouco firme. A mão, a tremer, pousa a caneta na mesa de madeira e segura o papel por uns instantes... fecha os dedos e, violentamente amarrota o pedaço de papel.
Novamente segura a caneta, mão trémula a escrever numa folha branca, reluzente, aguardando manchas de tinta preta. Inseguras, surgem letras desenhadas, procurando formar palavras... mas as mãos seguram a folha e rasgam-na violentamente. Com menos firmeza a caneta toca numa outra folha branca e preenche-a com letras trémulas... para de seguida pegar fogo e reduzi-la a cinzas.
Após algumas horas, a caneta é fechada com mãos trémulas e guardada num bolso, enquanto o cinzeiro transborda de restos de folhas violentamente destruídas... palavras destruídas.
Levantou-se, afastou a cadeira, e desapareceu calma e serenamente.
Na mesa, numa folha, viam-se as palavras:
amo-te. Até logo, quando nos reencontramos.
(post de Claúdia Tonelo, escrito em 26 Abril 2002 01.30h)
Jorge Palma - Estrela do Mar
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