segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

TRINTA ANOS DE GREEN HILL



In Gazeta das Caldas, edição de 24 de Setembro de 2010


Trinta anos de actividade para uma discoteca como a Green Hill, na Foz do Arelho, representam milhares de histórias passadas ao som da música.

Avós, pais e netos já dançaram na mesma pista de dança, fosse ao som de um slow ou das batidas mais fortes da música electrónica.

A Green Hill nasceu em 1980 na Foz do Arelho, numa aldeia que hoje é vila e tornou-se discoteca ao nível nacional. Nestes 30 anos só houve um único fim-de-semana, no ano 2000, em que não funcionou (devido a trabalhos de remodelação).

Para além de muitos encontros e desencontros que aconteceram naquele espaço, o Green Hill é também a história de uma familia.

Luis Romão e Filomena Félix eram casados quando inauguraram a discoteca. Ricardo Romão, o único filho do casal, tinha apenas três anos.

Actualmente e após várias vicissitudes e dramas familiares, mãe e filho gerem a discoteca em conjunto.


O SONHO DE LUIS ROMÃO

Filomena Félix nasceu em 1955 na Foz do Arelho, onde continua a viver. Os seus pais (já falecidos) eram os proprietários do restaurante Lagoa Bar, em frente ao Inatel, do qual fazia parte um posto de combustível.

‘’Toda a gente conhecia a casa do Zé Félix. De Julho a Setembro passavam diariamente milhares de pessoas pelo restaurante’’, lembrou. Filomena Félix começou a trabalhar no restaurante dos seus pais desde pequena, apesar de ter estudado até ao ensino superior, ‘’Estive no ISLA e só não acabei o curso por um ano’’, contou.

Filomena chegou a pensar sair de Portugal para trabalhar na área do seu curso (Secretariado) mas quando se casou com Luis Romão, em 1975, abandonou os estudos e decidiu ficar.



Luis Romão é natural de Rio Maior, onde nasceu em 1954. O casal residia na Foz do Arelho e Luis insistia em concretizar o sonho de abrir uma discoteca. Chegaram a pensar em avançar com o projecto na garagem da casa dos pais de Filomena Félix mas como esta estava mesmo no centro da Foz, mudaram de ideias.

O edificio onde agora funciona a Green Hill era à época um pequeno armazém, que era utilizado pelo pai da Filomena para criação de galinhas e de porcos. Na parte da frente tinha os frangos e na parte de trás funcionava a pecuária.

Foi o próprio Luis Romão, com um pedreiro, quem fez as obras. Enquanto isso, Filomena Félix dedicava-se à parte burocrática. ‘’Já naquela altura era muito complicado tratar dos papéis e quem me ajudou muito foi o João Santos, que agora é o secretário do Presidente da Cãmara’’.

O investimento inicial na altura foi de cerca de dois mil contos (10 mil euros). ‘’O meu irmão estava nos Estados Unidos e trouxe a aparelhagem de som de lá’’, adiantou Filomena Félix.

A empresária deu voltas à cabeça antes de encontrar o nome certo para a discoteca. ‘’Como aquilo era uma zona verde e eu sou sportinguista e como, ainda por cima, ficava numa colina, fui ao dicionário e achei piada ao nome – Green Hill’’.

Naquela altura a discoteca ficava ‘’no meio das fazendas’’ conta Mena. Ainda não havia a rotunda (hoje conhecida pela rotunda do Green Hill) nem o acesso à praia pelo lado do mar e até a estrada Atlântica não estava toda alcatroada.

O estabelecimento abre com a designação oficial de ‘’bar dancing’’ e foram muitas as dificuldades para licenciar a casa. Trinta anos depois, Filomena continua a queixar-se de ter que enfrentar muita burocracia de cada vez que quer fazer alterações no edifício.

A empresária não percebe por que há tantas casas do género que abrem de qualquer maneira e para a sua discoteca seja necessário apresentar tantos projectos de cada vez que precisa de fazer obras.



UMA INAUGURAÇÃO ESTRONDOSA

Quando a Green Hill abriu portas, a 30 de Maio de 1980, tinha uma pequena pista de dança, uma cabine de som e um bar. De todo o edifício, o balcão do vestiário é o único elemento que se mantém desde a inauguração.

Antes da abertura ao público, na noite anterior, fizeram uma pré-inauguração com alguns amigos* mas no primeiro sábado tiveram logo casa cheia. ‘’Parecia haver uma necessidade enorme de um espaço destes. Foi uma inauguração estrondosa e as pessoas nem cabiam todas’’, lembrou.

Apesar do início auspicioso, os primeiros anos foram difíceis. ‘’Sempre fui muito selectiva á porta, mesmo quando tinha a casa vazia’’, disse a empresária, que durante muitos anos fez questão de estar à porta, logo a seguir ao porteiro.

Com 25 anos, Mena continava a trabalhar no restaurante dos pais e mantinha o negócio da discoteca aos fins-de-semana.

Na discoteca trabalhava com Luis Romão (que era o DJ), um segurança, dois barmen e poucos mais funcionários. ‘’Éramos meia dúzia e atendíamos toda a gente quanto atendem 45 funcionários’’, referiu.



Entre 1991, quando se divorciou de Luis Romão, até 1997, Filomena Félix esteve afastada da Green Hill. Voltou um ano depois do assalto ao seu ex-marido, na sequência do qual Luis Romão ficou incapacitado. O empresário sofreu graves lesões neurológicas ao ser agredido depois de oferecer resistência a um assalto, na madrugada de 8 de Setembro.

Este foi o episódio mais negro da história da discoteca e que ainda hoje é difícil de abordar por parte da família. (...)


Artigo de Gazeta das Caldas – Pedro Antunes - 24.09.2010





A Green Hill marcou a nossa geração e muitas foram as noites inolvidáveis que lá passei.

Contudo o inicio de actividade da discoteca não foi para mim nada auspicioso. Pelo contrário, a primeira noite ficou marcada pela tragédia.

* Na noite da pré-inauguração, jantei com a Filomena Félix e o Luis Romão em casa do casal Dinis, Joaquim e Alice, pais do João Miguel, no andar que ficava por cima dos correios da Foz, onde os meus amigos residiam pelo facto da mãe do João Miguel ser a Chefe dos Correios locais. Aliás o bilhete acima exposto marca a ida à Green Hill, a 12 de Julho, para festejar o aniversário do João Miguel nesse ano.

Na noite da inauguração a que eu fui com as minhas irmãs, o nosso pai veio chamar-nos à discoteca por volta das duas da manhã com um ar muito sério. O nosso amigo Fernando Barardo, despistara-se na curva da Fábrica do Sabão quando na companhia da sua noiva se dirigia para a Green Hill e morrera no acidente. O resto da nossa noite foi passada junto à porta da morgue do Hospital Distrital das Caldas com os seus familiares, nossos amigos.



Em várias crónicas que publiquei mencionei ‘’O Green Hill’’ ou ‘’A Green Hill’’ conforme diferentes pessoas se referem a esse local que foi de culto para os dos anos 80.

Mencionei-o em ‘’Cruzando os Anos em Poucos Dias – Diário de um Estudante’’, em ‘’Em Busca da Espiritualidade’’, em ‘’O Fim da Adolescência’’ e voltei a esse tema em ‘’Em Serviço Público’’.

Na realidade poderia referir-me ao Green Hill em dezenas de crónicas minhas, se me lembrasse de cada noite, porque cada uma daria uma crónica ou pelo menos uma página de um diário!

A abertura do Green Hill, em 1980, apanhou-me no final do meu 11º ano, tinha acabado de largar umas canadianas devido a um acidente a jogar voleibol com o Paulo Gaspar, o Paulo Mateus, o Paulo Jorge, entre outros que não se chamavam Paulo. Foi no ginásio do primeiro andar do Liceu, recordam-se? Havia outro no segundo andar e ainda tínhamos a Parada como alternativa nos dias de sol!

Apesar do Green Hill continuar sempre aberto, eu dei por fim à minha temporada no final dessa década mas esses dez anos valeram por uma vida pois foram centenas as noites ali passadas.

Namoros iniciados, namoros acabados, casos de uma noite e casos que nem começaram por timidez minha ou por desinteresse da visada! Assim se fazia a vida de um jovem adolescente!



As noites do Green Hill marcarão para sempre as memórias de todos os que partilham este espaço e é difícil imaginar o que teriam sido essas noites da nossa adolescência sem a existência do Green Hill. Dizem que foi a existência deste que matou as outras discotecas das Caldas. Dizem até que o Ferro Velho, já na gerência do Luis Romão, foi encerrado para fortalecer a clientela do Green Hill. Histórias e conjunturas sem confirmação e que se desvanecem perante o facto do Green Hill ter sido o que foi para a minha geração.


Eu era dos que marcava sempre o ponto e mesmo em noites que fazíamos maratonas de discotecas, começando no Kiay em Marinhas ou no Eurosol em Leiria, descendo depois à Princess ou ao Sunset em Alcobaça ou ao Moinho nos Montes, indo ainda ao Jeans Rouge na Nazaré ou ao Bonnie & Clyde em S. Martinho do Porto ou ainda ao Snoopy em Salir e  ao Dreamer's na Foz, era certo que lá para as 4 da manhã estaríamos a marcar presença no Green Hill.

Deve-se abrir aqui um interregno para explicar às gerações mais novas que nós não nos deitávamos à meia-noite para pôr o despertador para as 4h00 da manhã e para então irmos ás discotecas. Pelo contrário, se fosse por nós , comíamos discotecas à sobremesa. Às 23h00 começávamos a debandar para os dancings e em alguns casos até desfrutávamos de um show pré-abertura, como era o caso do Eurosol em Leiria, que apresentava, acabadinho de chegar de Londres numa das malas de um tripulante da TAP, o vídeo com o UK TOP 40 CHART semanal.

Isto no tempo em que não existiam praticamente programas de música na RTP que começava naquele ano a transmitir integralmente a cores. ( e o primeiro canal privado só surgiria 12 anos depois). E os vídeo-clips das músicas do top londrino eram passadas numa tela em contagem decrescente até à meia-noite, altura em que se iniciava o show de lasers ao som de ‘’Also sprach Zarathrusta’’ de Richard Strauss que os menos relacionados com a música clássica poderão reconhecer como fazendo parte da banda sonora do filme 2001 Odisseia no Espaço.


Algumas destas músicas de abertura ou de encerramento ficaram para sempre nas nossas memórias e durante muito tempo o Green Hill encerrava com alarmes tipo sirenes e luzes a baixarem de intensidade até ao som final dos Europe com The Final Countdown.




Nem era muito de dançar. Aliás pouca gente se recordará de mim a dançar, excepto os slows, claro! O fim dos slows foi o fim de uma Era!


Abro de novo aqui um interregno para explicar aos putos que um slow era uma forma de dança antiga, um pouco mais recente que as valsas e as polcas, em que os casais dançavam, aos pares (que estranho!) e agarrados (que horror!).


Citando e parafraseando o Joe do blog Classe de 70, um slow, antes de tudo o mais, tinha de ser uma canção de amor lamechas. Não bastava ter um tempo lento, propiciando o arrastamento de pés; a temática devia também ser propícia às caricias da face na face, ao correr dos lábios pelas orelhas e nuca ou pescoço e ao deslizar de mãos. Não passava pela cabeça de ninguém chamar slow a coisas como o Fade to Grey ou o Tokyo Song.

Depois, um slow tinha que ser uma coisa simples, que entrasse bem no ouvido e que tivesse uma mensagem clara, tipo “me Tarzan, you Jane”. Slows com muita poesia distraíam do essencial; e com uma música complicada perturbavam o piloto automático. Um slow tinha que ser 100% pop, sem grandes pretensões artísticas.


Estou a imaginar-me todo compenetrado em conquistar a rapariga durante o slow Love Hurts dos Nazareth e ela a afastar-me ligeiramente, fitar-me muito seriamente e dizer-me:

- Tenho estada atenta a ouvir a letra desta canção e realmente toca-me bem fundo! – e ao dizer isto faz um daqueles estalidos de língua de quem está mesmo chateada com qualquer coisa ou com alguém que lhe toca fundo e que não serei eu!

Pronto! Dança estragada!



O Amor Machuca


O amor machuca, o amor deixa cicatrizes, o amor fere e prejudica
Qualquer coração que não seja resistente ou forte o suficiente
Para aguentar muita dor, aguentar muita dor.
O amor é como uma nuvem, contém muita chuva.


O amor machuca, oh, oh, o amor machuca


Sou jovem, eu sei, mas mesmo assim
Eu sei que uma coisa ou duas, que eu aprendi com você.
Eu realmente aprendi muito, realmente aprendi muito.
O amor é como uma chama: ele te queima quando é ardente.


O amor machuca... Ooh, ooh, o amor machuca.


Alguns tolos pensam em felicidade, suprema alegria, união.
Alguns tolos enganam a si mesmos, eu acho,
Mas eles não estão enganando a mim.
Eu sei que não é verdade, eu sei que não é verdade.
O amor é apenas uma mentira criada para te deixar triste.


O amor machuca... Ooh, ooh, o amor machuca...


Oh, oh, o amor machuca (3x)


Oh, oh

(Love Hurts - Nazareth)

Nazareth - Love Hurts (1975)

Sejamos claros, era um tipo de canção com uma função específica, e essa função não era fazer-nos pensar no sentido da vida.

Mais do que isso: tinha que ser, no mínimo, ligeiramente azeiteiro. Coisas como o I Know It's Over, o Killing Moon ou o Are You Ready To Be Heartbroken não servíam, são demasiado boas. Mas há, evidentemente, casos de fronteira – por exemplo, o Souvenir devia ou não ser admitido a concurso? Inclino-me para o não, embora com dúvidas.

Finalmente, só é um slow a sério uma canção que toda a gente conheça. Nada de faixas escondidas ou de lados-B desconhecidos. Tem que ser como a pasta medicinal Couto e andar na boca de toda a gente. Tem que ser um single, e de sucesso. Daqueles que agora pode passar nos programas da noite da RFM ou no Rádio Clube Português.

Sei que alguns de vós me vão perguntar como é que assim conseguiam esbracejar e atirar com uma perna para cada lado e sobretudo acenar firmemente com a cabeça sem correr o risco de partir a testa ao seu par! Pois bem, não podiam. Tinham que ficar quietinhos e fazer o mínimo de gestos possíveis salvo os necessários para não parecer mal! Isso incluía um ligeiro movimento rotativo de pés e os únicos movimentos mais frequentes eram feitos com suavidade com os dedos, faces, às vezes lábios a roçarem pela cara… enfim, definitivamente a posição de slow para além de ser uma segura fonte de contágio de gripe A é também impossível de adequar à música house. (para saber mais sobre os slows ler no blog a crónica: ‘’Slows e alguns Termos Náuticos’’).

Geralmente ocupava, em conjunto com o meu grupo de amigos, um lugar quase pré-definido junto ao balcão de entrada, diante da primeira pista de dança e junto à porta que dava acesso a um segunda sala e por aí, à segunda pista de dança.

Daí controlávamos todo o ambiente, incluindo quem entrava e as caras novas, e facilitava muito o nosso reabastecimento constante de gin tónicos, sempre Gordon’s!

Existe um grupo no Facebook denominado ‘’Ai o que eu curti na pista de Rock do Green Hill’’, da primeira vez que o vi lembrei-me logo de criar um outro grupo denominado ‘’Ai o que eu curti FORA da pista de Rock do Green Hill’’. Francamente, dançar era (e é!) óptimo, mas perdíamos a nossa vida de adolescente se não saíssemos da pista. Então acham que eu teria estórias para contar se me ficasse pela pista?!

A Green Hill inicialmente não era mais que essa primeira sala com o bar, a pista de dança, tendo a cabine em frente junto a uma outra sala de piso um pouco mais elevado tanto uma como outra sala tinham umas balaustradas divisórias para a pista de dança.

Só mais tarde sofreu as pequenas alterações com a passagem da cabine do Dj para a direita e o aumento para o fundo com a criação das casas de banho, o corredor nas traseiras que dava para a sala lateral, a tal que dava para a segunda pista de dança e para um dos pátios, o segundo a ser construído pois o primeiro foi aberto à esquerda da nova cabine do Dj.

Mais tarde seria construído o primeiro andar com o seu bar com música ao vivo e entrada exterior privativa e daí em diante a Green Hill transfigurou-se em cada ano sendo hoje um espaço completamente diferente, certamente mais adequado às expectativas da nova clientela.



Da pequena discoteca ao amplo e moderno espaço de hoje decorreram três décadas, uma eternidade para muitas discotecas. Viu nascer e morrer muitas discotecas na Foz e na zona Oeste mas manteve-se e hoje continua a ser a referência da Região Oeste.

Mas a apesar de todas as mudanças a Green Hill ainda conserva a patine que lhe é dada pelas nossas recordações.

Momentos inesquecíveis com amigos de sempre e com amigos já desaparecidos que recordo com muita saudade e já começam a ser muitos, demasiados! Quantos morreram a caminho ou no regresso do Green Hill? Quantas notícias trazidas a meio da noite ou apenas na manhã seguinte. Podia escrever aqui uma lista maldita de tantos que se perderam entre as árvores e as curvas da malfadada estrada velha.

Mas prefiro puxar a minha memória para os melhores momentos.

Noites com o Sr. Beja e com a Mena à porta, com o Luis Romão, o Zé Manel, o Tó, o Paulo Toyota a pôr musica, o Carlos no bar, noites de Inverno, Passagens de Ano, festas de Carnaval, do 15 de Agosto, de Aniversário, Festa da Porca e do Parafuso e tantas outras.

Paulo ''Toyota'' Aguiar na Green Hill em 1990
(fotos cedidas por Paulo Aguiar)

Cada remodelação, o novo bar no primeiro andar, com música ao vivo, os terraços exteriores, a segunda pista de dança, tudo acompanhei ao longo dos anos 80 e o Green Hill, o ‘’Granel’’ como lhe chamávamos, testemunhou mais de dez anos da minha vida, do dia da pré-inauguração até um dia em que me senti como um dos anacrónicos clientes que censurava dez anos atrás. Quando me senti demasiado velho para o frequentar entre os miúdos adolescentes que agora enchiam as suas pistas de dança. E que teriam menos dez-doze anos que eu. O bastante!

Não porque não continuasse de gostar de discotecas mas porque me sentia mais enquadrado entre os da minha geração e isso só poderia encontrar então em discotecas de Lisboa.

Momentos únicos, aquelas noites iniciadas em Óbidos, na Cave do Vale, na Biquinha, no Ibn Rex, no Badanaite ou na Foz, no Café Tabaco e mais tarde no Solar da Paz, no Sitio da Várzea, no Sopa Doce, no Let’s ou em outras discotecas de outras localidades e terminadas invariavelmente no pão quente de alguns locais das Caldas ou das Gaeiras ou a tomar um duche rápido e a seguir de imediato para a praia para poder aproveitar ao máximo o Verão, esse mesmo Verão que nos traziam os amigos de sempre e novas caras que se tornaram amigos para toda a vida.

Encontros de Verão que se renovavam de ano a ano e muitos amigos que perdi de vista com o fim das nossas idas ao Green Hill, lembro-me de famílias inteiras de irmãos e irmãs, de grupo enormes de amigos que vinham em excursão, corrijo, em peregrinação ao Green Hill, vindos de Torres Novas, Torres Vedras, Cartaxo e Almeirim, Santarém, Alpiarça, Leiria e Alcobaça, de Lisboa e até de Évora. Recordo-me de todos eles pelos nomes, recordo-me das suas caras e da alegria do reencontro.



Talvez um dia tenha a capacidade de fazer uma festa de reencontro que os atraia a todos, que deixem os filhos com a família, os afazeres profissionais para trás, que deixem as preocupações e a falta de vontade de sair ou de cobrir a distância de lado e respondam ao apelo e que pelo menos, por uma vez, tenhamos de novo uma noite daquelas no Green Hill.





TOP 100 - 1980 BILLBOARD


1. Another One Bites The Dust - Queen
2. Call Me - Blondie
3. Do That To Me One More Time - Captain & Tennille
4. Lady - Kenny Rogers
5. Upside Down - Diana Ross
6. Another Brick In The Wall - Pink Floyd
7. Rock With You - Michael Jackson
8. Woman In Love - Barbra Streisand
9. Crazy Little Thing Called Love - Queen
10. (Just Like) Starting Over - John Lennon
11. Magic - Olivia Newton-John
12. Coming Up (Live At Glasgow) - Paul McCartney & Wings
13. Please Don't Go - KC & The Sunshine Band
14. It's Still Rock And Roll To Me - Billy Joel
15. Funkytown - Lipps, Inc.
16. Little Jeannie - Elton John
17. Ride Like The Wind - Christopher Cross
18. Cruisin' - Smokey Robinson
19. Master Blaster (Jammin') - Stevie Wonder
20. Lost In Love - Air Supply
21. All Out Of Love - Air Supply
22. More Than I Can Say - Leo Sayer
23. The Rose - Bette Midler
24. Working My Way Back To You/Forgive Me Girl - Spinners
25. Coward Of The County - Kenny Rogers
26. Sexy Eyes - Dr. Hook
27. Biggest Part Of Me - Ambrosia
28. Cupid/I've Loved You For A Long Time - Spinners
29. Emotional Rescue - The Rolling Stones
30. Hungry Heart - Bruce Springsteen
31. Steal Away - Robbie Dupree
32. Don't Fall In Love With A Dreamer - Kenny Rogers/Kim Carnes
33. Shining Star - The Manhattans
34. Yes, I'm Ready - Teri DeSario w/ KC
35. He's So Shy - Pointer Sisters
36. Too Hot - Kool & The Gang
37. Drivin' My Life Away - Eddie Rabbitt
38. Sailing - Christopher Cross
39. Hit Me With Your Best Shot - Pat Benatar
40. Cars - Gary Newman
41. This Is It - Kenny Loggins
42. Longer - Dan Fogelberg
43. Take Your Time (Do It Right) - S.O.S. Band
44. You've Lost That Lovin' Feeling - Daryl Hall & John Oates
45. Late In The Evening - Paul Simon
46. Stomp! - The Brothers Johnson
47. Ladies Night - Kool & The Gang
48. Never Knew Love Like This Before - Stephanie Mills
49. More Love - Kim Carnes
50. Desire - Andy Gibb
51. Give Me The Night - George Benson
52. The Wanderer - Donna Summer
53. Fame - Irene Cara
54. Whip It - Devo
55. Against The Wind - Bob Seger
56. With You I'm Born Again - Billy Preston & Syreeta
57. I'm Coming Out - Diana Ross
58. Special Lady - Ray, Goodman & Brown
59. We Don't Talk Anymore - Cliff Richard
60. The Long Run - Eagles
61. I Can't Tell You Why - Eagles
62. Hurt So Bad - Linda Ronstadt
63. Let's Get Serious - Jermaine Jackson
64. How Do I Make You - Linda Ronstadt
65. Daydream Believer - Anne Murray
66. On The Radio - Donna Summer
67. Brass In Pocket (I'm Special) - The Pretenders
68. Into The Night - Benny Mardones
69. Lookin' For Love - Johnny Lee
70. Fire Lake - Bob Seger
71. Real Love - Doobie Brothers
72. I'm Alright - Kenny Loggins
73. Him - Rupert Holmes
74. You May Be Right - Billy Joel
75. Cool Change - Little River Band
76. Dreaming - Cliff Richard
77. She's Out Of My Life - Michael Jackson
78. Better Love Next Time - Dr. Hook
79. Don't Do Me Like That - Tom Petty & The Heartbreakers
80. Jesse - Carly Simon
81. An American Dream - Dirt Band
82. Hot Rod Hearts - Robbie Dupree
83. The Second Time Around - Shalamar
84. Sara - Fleetwood Mac
85. Tired Of Toein' The Line - Rocky Burnette
86. Let Me Love You Tonight - Pure Prairy League
87. Xanadu - Olivia Newton-John
88. Let My Love Open The Door - Pete Townshend
89. One Fine Day - Carole King
90. Off The Wall - Michael Jackson
91. I Wanna Be Your Lover - Prince
92. Romeo's Tune - Steve Forbert
93. Breakdown Dead Ahead - Boz Scaggs
94. Look What You've Done To Me - Boz Scaggs
95. Jane - Jefferson Starship
96. Don't Let Go - Isaac Hayes
97. Pilot Of The Airwaves - Charlie Dore
98. All Over The World - Electric Light Orchestra
99. You'll Accomp'ny Me - Bob Seger
100. Refugee - Tom Petty & The Heartbreakers





Queen - Another One Bites the Dust

Blondie - Call Me

Captain & Tennille - Do That To Me One More Time

Kenny Rogers - Lady

Diana Ross - Upside Down


Pink Floyd - Another Brick in the Wall


Michael Jackson - Rock With You


Barbra Streysand - Woman in Love


Queen - Crazy Little Thing Call Love


John Lennon - (Just Like) Starting Over

7 comentários:

Anónimo disse...

Excelente!!

Anónimo disse...

Muito bom grande trabalho de pesquisa lembro-me dessas festas e de correr todos os bares e discotecas umas vezes acabava a noite na green hill outras no ferro velho bons tempos
Cumprimentos
Paulo Vicente

Lower than the floor disse...

SOUBE TÃO BEM LEMBRAR..AINDA FALTOU O INFERNO DA AZENHA, O MARIAS, O FINEX, O CAMAROEIRO...E O MEU IRMÃO QUE ME LEVEVA A REBOQUE

fantástico e obrigada

Cláudio Marlon disse...

Fantástico texto, velhos tempos que infelizmente não voltam mais...

Unknown disse...

Grandes noitadas que nunca mais voltam

Isabel do Valle disse...

Gostei muito de ler este texto. Eu fiz inúmeras actuações ao vivo na Green Hill, como cantora acompanhada pelo José cabeleira. Tenho Imensa pena de não ter uma foto. Lamento o que se passou com o Luís. Espero que esteja melhor.

Anónimo disse...

Sou brasileiro tive o prazer de ir nessa discoteca saudades